Neurofisiologistas clínicos são médicos especializados na área que estuda a atividade elétrica do sistema nervoso. Esses profissionais possuem expertise em realizar e interpretar uma variedade de testes neurofisiológicos, incluindo a eletroneuromiografia.
Residência Médica em Neurofisiologia Clínica
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP 2015 – 2016).
Residência Médica em Medicina Física e Reabilitação
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP 2012 – 2015).
Graduação em Medicina
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP 2004 – 2009)
Imagine que você está em casa, no seu quarto, e a lâmpada do cômodo se apaga sozinha. Nesse momento, você não sabe se se trata de um problema da própria lâmpada, da fiação do quarto, se acometeu a casa inteira, a rua inteira ou até mesmo toda a cidade. Para entender o que aconteceu, você deve examinar a parte elétrica, “testar” as lâmpadas de outros lugares, e também conferir pela janela se os vizinhos também estão sem luz.
A mesma coisa pode acontecer com o nosso corpo. Os nervos periféricos são os fios da nossa “instalação elétrica”; são os principais condutores das “ordens do cérebro” até os músculos, e ao mesmo tempo captam as sensações dos nossos membros para que o cérebro possa processá-las. Os nervos periféricos podem ser acometidos por doenças, e podem aparecer sintomas como formigamento, dormência, fraqueza e dores.
Algumas vezes, esses conjunto de sintomas geram dúvidas no médico, que não consegue saber apenas pelo exame físico de onde exatamente o problema está vindo, ou qual é o tipo e a gravidade dele. É aí que entra a eletroneuromiografia (ENMG), o exame que avalia o funcionamento da parte elétrica do corpo, incluindo as raízes nervosas, os nervos periféricos e a condução elétrica dentro dos músculos.
Muitas vezes, a investigação clínica sugere que o problema do paciente deve estar localizado na parte “elétrica” do corpo, mas somente o exame físico pode não ser capaz de determinar o que está acontecendo. É como a situação do “apagão” que falamos acima, a pessoa que está dentro do quarto com a luz apagada não é capaz de localizar de onde vem o problema.
A eletroneuromiografia permite descrever detalhadamente como está o sistema nervoso periférico (a dita “parte elétrica”), ajudando o médico a saber qual é a condição do paciente, qual é o tipo e a gravidade do acometimento, e certas vezes ajuda a definir o prognóstico, isto é, como a doença irá se comportar no futuro.
Existe uma série de doenças que podem ser diagnosticadas através da eletroneuromiografia. Vamos ver alguns exemplos que são mais comuns.
Algumas vezes um nervo é acometido de maneira isolada. Geralmente isso ocorre porque ele foi comprimido por longos períodos de tempo, ou podem ter sido machucado em um trauma. Por exemplo, a síndrome do túnel do carpo é uma compressão do nervo mediano na altura do punho; essa compressão faz com que a eletricidade do nervo “desacelere”, causando formigamentos, dor e dormência nas mãos. Em casos avançados, o nervo pode inclusive degenerar, deixando de conduzir os impulsos elétricos para a mão.
Em outros casos, podemos observar doenças que afetam muitos nervos ao mesmo tempo. Nesses casos, geralmente os nervos mais longos do corpo são os primeiros a sofrer; são as chamadas polineuropatias. Algumas doenças, como a diabetes, o hipotiroidismo, o abuso do alcool ou a falta de vitaminas são as causas mais comuns. Nesses casos, os sintomas são descritos como “em bota e luva”, ou seja, a dor, formigamento e fraqueza podem acometer primeiro os pés (botas), seguidos das mãos (luvas), antes de avançar para outras partes.
Uma outra doença comum são os pinçamentos das raízes nervosas na coluna. Uma hérnia de disco, por exemplo, pode causar uma compressão da raiz nervosa, causando sintomas que se distribuem por todo o território que aquele nervo percorre. A eletroneuromiografia pode ajudar o médico na decisão de como melhor conduzir o caso do paciente com essa condição, chamada de radiculopatia.
São também vistas outras doenças mais raras, como Guillain-Barré, doenças de motoneurônio inferior, miastenia gravis, miopatias, entre outras.
O exame de eletroneuromiografia tem duas partes. A primeira é chamada de neurocondução. São aplicados pequenas descargas elétricas (“choquinhos”) nos nervos a serem estudados. Esses pequenos choquinhos fazem com que o nervo seja ativado, e medimos assim como ele se comporta. É normal que o choquinho provoque algum movimento, como os dedos se moverem sozinhos.
A segunda parte do exame é chamada de eletromiografia. Usamos um sensor elétrico bem fino, em formato de agulha, que é inserida em alguns músculos a serem estudados. Com isso, medimos a atividade elétrica do músculo ao repouso e durante o movimento. O sensor tem a espessura de uma agulha de acupuntura.
Esses procedimentos podem ser um pouco desconfortáveis, afinal não estamos acostumados a levar choquinhos e receber agulhadas. No entanto, é tranquilamente tolerável. Em geral, o problema não está propriamente na dor, mas o medo e a expectativa que ele provoca. Muitas pessoas tem traumas de agulha, tramas de choque etc. Por isso devemos respeitar o tempo e o conforto de cada paciente. É extremamente raro um paciente desistir do exame durante a sua realização; pelo contrário, o que mais escutamos é que “foi muito mais tranquilo do que eu imaginava!”.
A eletroneuromiografia (ENMG) é um exame que deve ser realizado por profissionais médicos especializados na área de Neurofisiologia Clínica, como o Dr Gustavo Ferrão. Esses profissionais têm o treinamento e conhecimento necessários para realizar o procedimento corretamente, interpretar os resultados e fornecer um diagnóstico adequado.
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